sábado, 13 de dezembro de 2008

Por favor, preciso de um dicionário

Olhando com alguma atenção para a proposta da Fenprof - perdão, da Plataforma sindical no site da Fenprof (assim é que é) -, pude confirmar aquilo que me tinha parecido aqui.
Assim, às tantas lê-se:

«(...) a) Procedimento de avaliação centrado na auto-avaliação, preferencialmente através de documento de reflexão, acompanhado de um dossier organizado com a planificação de aulas, testes, estratégias de intervenção, entre outros materiais do quotidiano lectivo do docente (...)».

Um dossier. Hmmm. É este o momento em que precisamos de um acto de hermenêutica radical, dado que o vilipendiado portefólio do modelo de avaliação do ME, causa de todos os males deste mundo e dos próximos, é substituído por um dossier organizado e acompanhado por todo o tipo de papelada - a tal papelada que, há umas semanas (antes de todos se terem lembrado que, afinal, o que estava em causa era o ECD), impossibilitava tanta boa gente de avançar com a avaliação.

Um portefólio ou um dossier, eis a questão. E acções de formação para a constituição do dito dossier, também vão reivindicar?

9 comentários:

Anónimo disse...

Caro colega. Vejo que é informado neste assunto e por isso peço-lhe um esclarecimento. Ouvi (e vi) na televisão o Secretário de Estado da Educação Dr. Jorge Pedreira dizer que as avaliações dadas pelos professores aos alunos não iriam ter influência na avalilação dos professores, mas no outro dia li num jornal que isso seria só para este ano lectivo. Será que o senhor em questão enganou-se ou só transmitiu metade da informação deliberadamente "para opinião pública ver"? LLima

Anónimo disse...

Gostaria de saber qual é o vosso domínio na matéria, curriculuns, trabalhos na área de educação, é só para saber, para que não se caia no vulgar comentário.
"para a proposta da Fenprof - perdão, da Plataforma sindical " provocatório, com que objectivo, agradeço a resposta

Quemtemmedodaavaliacao disse...

Caro Anónimo das 3.29 do dia 13/12:
o critério relativo às notas dos alunos apenas não conta neste ano lectivo. No entanto, convém não esquecer que o modelo de avaliação estará em reavaliação no final de 2008/2009 (como aliás está escrito no memorando de entendimento de Abril de 2008 assinado entre o ME e a Plataforma Sindical), pelo que há, parece-me, espaço para correcções e mudanças.

Quemtemmedodaavaliacao disse...

Caro Anónimo das 14.27 do dia 13/12:

A sua questão é muito engraçada. Para falar sobre avaliação preciso de curriculo. Então isto é mais ou menos assim: na praça pública, leio que as pessoas que não conhecem os problemas dos professores não podem ter uma opinião séria do que se passa, como se só os professores pudessem opinar sobre a educaçao; depois, quando é um professor a fazê-lo, o critério aperta um pouco, dado que é preciso ter currículo na matéria. Em caso contrário, cai-se "no comentário vulgar". Extraordinário argumento. Já agora, qual é o currículo dos drs. Paulo Guinote, Ramiro Marques e outros em avaliação educacional? E do dr. Mário Nogueira? Pela proposta inacreditável apresentada na passada sexta-feira, parece-me que não deve ser longo.

Quanto ao comentário relativo à Plataforma/FENPROF, quis dizer que o radicalismo e o sectarismo da FENPROF vai arrastar todos os sindicatos para a descredibilidade pública - incluíndo a FNE, se esta entretanto não perceber os estragos em curso.

Anónimo disse...

Uma coisa é ter opinião séria outra é entrar pelos meandros da avaliação, incluindo questões júridicas. Mas pelos vistos temos treinadores de bancada que agora são profissionais. Sim para determinadas coisas é preciso ter curriculum, não basta ser amador. A teoria do "não posso ter opinião" pode, agora fundamente-a algo que não vejo. Processos e e metologias pedagógicas, conhece-os? já os aplicou? Quais forma os resultados? Teve-os em conta no processo avaliativo? e podia enumerar muitas mais. Como vê não basta ser amador. Tem razão é engraçado a facilidade com que as pessoas escrevem sobre o que não dominam

Quemtemmedodaavaliacao disse...

Estou em pulgas para ver o seu currículo. O seu e de todos os membros da Plataforma. Pode dar-lhes a minha morada electrónica.

Anónimo disse...

Sr. Anónimo, sou professor, já com bastantes anos de serviço, com trabalhos na área das Ciências da Educação e pós-graduações. Também fui, durante quase 16 anos, elemento de Conselhos Directivos e Executivos. Sou, neste momento, membro de um Conselho Pedagógico e de uma Assembleia de Escola. Durante estes anos todos leccionei sempre 3 turmas e anos tive em que leccionava duas disciplinas com exames finais (12.º ano). Durante alguns anos fui delegado sindical (até que me fartei de tanta incoerência e carneirada). Será que o meu currículo me permite elaborar comentários acerca da Avaliação de Desempenho de Docentes?! Se quiser o meu currículo (apresentado de forma mais detalhada) posso enviá-lo. Diga para onde?! Depois, por favor, tire-me a tal dúvida: posso ou não comentar acerca da ADD?!

Anónimo disse...

Pode enviar para ana007@megamail.pt

A. Moura Pinto disse...

Perguntou um anónimo:

"Processos e e metologias pedagógicas, conhece-os? já os aplicou? Quais forma os resultados? Teve-os em conta no processo avaliativo?"

Este o comportamento típico de quem se fica por perguntas, admitindo que atrapalha.

Mas quanto a um modelo de avaliação, que é o que está em causa, como julgá-lo, como conhecer os seus resultados, sem o levar à prática? Eu gostava mesmo de saber como é que tal se conseguiria...

PS. Não sou professor,não tenho currículo na matéria, mas espero que isso não seja impedimento para emitir opinião.