sábado, 6 de dezembro de 2008

Da "seriedade" e da "boa fé negocial"

No site da FENPROF - que, indignada, exige, imagine-se, «seriedade e boa fé negocial» -, anuncia-se pomposamente:

«No dia 15 de Dezembro, a Plataforma Sindical dos Professores compromete-se a apresentar uma proposta alternativa de solução transitória de avaliação, para este ano, que, nesse dia, tornará pública, provando que há soluções de maior qualidade para o ano em curso, que não passam pelo modelo que, segundo a própria Ministra da Educação afirmou na Assembleia da República, tem os dias contados».

Mas já não devia ter apresentado a dita proposta no passado dia 28 de Novembro, na anterior reunião na 5 de Outubro? Se a situação é tão grave, porque motivo desperdiçar semanas para apresentar essa solução alternativa, ainda por cima de «maior qualidade»? Isto faz lembrar as famosas propostas de Manuela Ferreira Leite para o país, mas que preferia manter em segredo, não fosse o partido do Governo copiá-las. Deve ser isto a que chamam "defesa do interesse público".

Curiosamente, vi hoje à tarde na RTPN uma longa entrevista em directo a Mário Nogueira -provavelmente a personagem com mais tempo de antena nas televisões e rádios portuguesas, o que não deixa de ser engraçado para alguém que se queixa da acção da propaganda ministerial (como se os professores não estivessem mergulhados, nas escolas, em propaganda sindical) - na qual vi o pivot fazer algo de que não me recordo ter visto nos últimos meses: confrontou Mário Nogueira com posições e promessas passadas, procurando explorar as suas contradições e omissões, sem ficar refém da cassete de um sindicalista profissional pouco habituado a ser confrontado pelos jornalistas.