quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Facilitismos

Circula pelos órgãos de comunicação social a notícia de que 75% dos professores mudavam de profissão se tivessem alternativa. Eu sei que isto não é muito politicamente correcto nesta altura, mas podiam informar como foram escolhidos os inquiridos?

Os dados são do Observatório da Avaliação de Desempenho, órgão criado pela Federação Nacional dos Sindicatos da Educação e pelo Instituto Superior de Educação e Trabalho, e foram inquiridos mais de mil docentes, mas a questão central é como foram seleccionados. É que se, como me parece ter acontecido, as pessoas preencheram o inquérito livremente on-line, então acontece o que acontece sempre em fenómenos deste tipo: os mais mobilizados, que são também, nesta altura, os mais descontentes, são os que mais respondem, acabando por ter uma representação nos resultados finais muito superior ao que teriam se a amostra sido tivesse cuidadosamente construída para respeitar critérios de representatividade da classe.

Se isto não aconteceu, estes dados valem o mesmo que aqueles que podemos obter num inquérito num site de um jornal ou de uma televisão, como já houve muitos. Ou seja, nada.

3 comentários:

Anónimo disse...

Caro "quem tem medo da avaliação",
Continue com este blog. Felizmente há muita gente nas escolas que comungam da sua opinião.

Anónimo disse...

Há alguns que há muuuuuitos anos têm outras profissões. Esses são os absentistas encartados e protegidos e que como tal continuam. Chegaram aos últimos escalões tranquilamente e de atestado em atestado sairão com reformas completas. Não há "avaliação" que os incomode. E há os especialistas dos "cargos". Estes especialistas é que agora (sublinho agora) têm 8 tempos de aulas e o resto cargos não cumpridos. Vão ficar lindos nesse retrato avaliador. Têm tempo de sobra para construir portafolhas e preencher dezenas de grelhas cheias de quantificações. Aos alunos dizem nada.
E quem vai nas escolas fazendo o melhor que pode e sabe e simultaneamente vai vendo tudo isto não aceita pacatamente as tropelias impostas que tudo pioram.

Anónimo disse...

Alternativa eu até consegui arranjar mas por mais 120€ por mês achei que n valia a pena perder 1 dia livre por semana ( que tive em 8 dos 12 anos que já dei aulas ) nem as fériazinhas escolares quase iguais às dos alunos. Apesar de todas as confusões e alterações legislativas em cima do joelho, se não se abusar das faltas e se não espancar nenhum fedelho insolente, isto é uma vida santa pelo menos para o meu feitio. Querem avaliar-me assistindo a duas aulas por ano, epá podem aparecer até a 20. Enquanto me deixarem ir de férias a 10 ou 15 de julho para voltar a setembro, enquanto tiver descanso de 20 de dez a 4 de jan até a sala dos professores eu varro se me mandarem.