Este título, em honra a um post - "Como estoirar com a avaliação" - publicado num blogue de referência, e que mostra a "boa fé" de muita pessoas nas escolas, capta bem o que se retira da proposta de solução transitória de avaliação da FENPROF apresentada hoje no CNE, na reunião com a equipa governativa.
Admirem-se depois que pessoas como o Miguel Sousa Tavares - cuja opinião é um bom barómetro do pensamento popular - achem, como disse há pouco na TVI, que isto tudo é uma «palhaçada» e que, com estas propostas, a classe só mostra que, lá no fundo, não aceita qualquer avaliação digna desse nome.
É que não basta ser sério. É preciso parecer.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
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15 comentários:
Só um comentário: o Paulo Guinote dá a cara e dá o nome.
E o senhor, quem é? Pertence à imensa minoria que está a ser chantageado pela maioria?
Diga o seu nome, homem, onde está a sua coragem?
Ricardo Santos Pinto
ricardosantospinto@gmail.com
Caro Ricardo,
O Paulo Guinote dá a cara e faz muito bem. Afinal, seria difícil transformar-se em líder das massas sob a capa do anonimato.
Eu não pretendo fazer o mesmo, mas tão só apresentar algumas opiniões desprezadas e espezinhadas nas escolas. Neste momento, as opiniões e os factos aqui apresentados valem mais do que quem as exprime. E garanto-lhe que há muita gente que pensa como eu, mas não está, neste momento, para ter complicações na vida profissional e pessoal (para além, por exemplo, de ter o carro riscado).
Pronto, lá tinha que vir um dos tais defensores do tal PG. Deve ser daqueles que vem a correr para pagar advogado que ele clama no seu blogue quando se sente aflito, porque nem sequer é homem para assumir sozinho as borradas que escreve!
Querido colega Ricardo, seja honesto e vamos falar de pressões, okay! Sabe como foram feitas as votações para a suspensão da avaliação na maioria das escolas: Não sabe? Eu digo-lhe: ou como uma folha com inscrição de nomes, ou pior ainda, estilo PREC, de braço no ar. Sabe porque, ou...quer que lhe explique?! Viva a democracia docente!
E já agora...sabe como se formaram muitas mesas das RGP? E sabe que muitas nem sequer foram convocadas legalmente, ou quer que lhe recorde a lei?
E se disser ao colega Ricardo que imensos empolgados, ainda nem a legislação leram, nem simplex, nem coisa alguma e fiam-se apenas em meia dúzia de arruaceiros de Sala de Professores, alguns dirigentes sindicais?
Esteja descansado que até fui a Lisboa, o que não fui, foi berrar apenas contra a avaliação, mas por outras razões, porque esta ou outra, vou-me convencendo que uma boa parte dos nossos colegas não quer ser avaliado, pura e simplesmente. E se duvida, nos blogues dos "queridos líderes", quando aparece qualquer proposta ela é imediatamente trucidada e sabe muito bem porquê!
Já agora o Srº MN é mentiroso, porque só em Outubro, só em Outubro veja bem, é que a FENPROF apresentou um modelo de avaliação. Inacreditável! Aliás essa proposta foi achincalhada de todas as formas e feitio no tal blogue de um tal PG.
Já agora, tenha calma, porque quando isto serenar, irá perceber-se quem pressionou quem, e uma ingenuidade confrangedora de muitos docentes.
Desidério Murcho faz a Perguntinha no “de rerum natura”
Parece-me que uma das perguntas mais relevantes no que respeita à avaliação dos professores é a seguinte: com esta ou outra avaliação, ou sem qualquer avaliação, que diferença faz no que respeita à excelência no ensino? Que diferença faz na qualidade do ensino real, que os estudantes realmente recebem na escola?
E a resposta que me parece plausível é: “Não faz qualquer diferença relevante”.
Não é com esta ou com outra avaliação que a qualidade do ensino será promovida. Esta avaliação tem por único objectivo poupar dinheiro, vedando o acesso ao topo da carreira à maior parte dos professores. E os protestos dos professores têm como única razão de ser a tolice burocrática e kafkiana que o processo de avaliação envolve.
O que realmente conta para promover a qualidade do ensino, contudo, não é abordado. Nem os dirigentes educativos nem os professores estão genuinamente comprometidos com a tentativa de melhorar o ensino. Houvesse esse comprometimento, e o debate seria completamente diferente.
Dá ideia que o colega passa o dias a ler jornais, a ouvir rádio e a ver televisão...
Então e as aulas?
Já está de férias ou é também dos que andam à procura das "novas oportunidades"?
Penso que nenhum dos cavalheiros é Professor, mas um comentador, até porque agora à semelhança do futebol todos comentam a avaliação, é um País de experts (fala baratos como diz o povo, ou pegando na linguagem cinematográfica "Os suspeitos do Costume"). Ainda que se saiba que o objectivo do aparecimento destes Blogs que por aí andam seja expalhar a palavra de São Sócrates(estão no vosso direito). Nem sequer me vou pronunciar sobre o tema porque penso que seria uma perca de tempo, até porque essas cabeças já estão feitas(mas o tempo dirá) depois de o Messias as ter lavado em ideias préconcebidas. Chegámos lamentavelmente ao tempo de terminar a carta como:
A bem da nação ou volta Salazar que estás perdoado, ou melhor ainda o último a sair de Portugal apaga a luz
Caro AC2,
Curioso argumento. Nunca vi ninguém perguntar isso aos que também têm blogues (e que exigem dedicação de várias horas por dia, aposto) e passam os dias a organizar e a participar em reuniões anti-avaliação e em manifestações. Se há tempo para isso, porque não têm tempo para fazer a avaliação?
Eu leio jornais e, veja, concordo (e estou a fazer) a avaliação. Quando há organização e método de trabalho, o tempo estica.
Cara Setora,
Discordo em absoluto do Desidério Murcho. Este modelo é bastante razoável do ponto de vista formativo. Quanto mais não seja, põe as pessoas a pensar nas suas práticas, e naquilo que está bem e pode ser melhorado, e naquilo que está mal e preciso de ser corrigido. Há quem lhe chame "reflexividade". Isto já é um grande avanço em relação ao passado.
Boas,
O título deste post reflecte claramente o que se está a passar com esta guerra e o que o Dr. Mário Nogueira está a conseguir com a sua intransigência negocial. De facto, o que está a "saltar fora" deste imbróglio é precisamente isso: os professores (não todos, mas infelizmente a maioria) não querem simplesmente ser avaliados !
E ainda não perceberam que com esta tomada de posição estão mesmo é a estourar com o prestígio da classe e, consequentemente, dos bons professores.
Ó quemtemmedodadavaliação, você viu as grelhas que por aí circulam? Na verdade também se aprende com a asneira e, analisando-as, pode sempre chegar-se à conclusão dos desvarios de que enfermam e isso é, sem dúvida, formativo. Mas o tempo gasto nesta "diversão" teria mais úteis aplicações. Nunca precisei de tais grelhas para refletir sobre o que faço. Você precisa?
E até aqui esteve a trabalhar sem objetivos?
Lamento é que o trabalho pelo meu objetivo primeiro - que os alunos aprendam - seja tantas vezes sabotado por aqueles que agora vão "avaliar".
Cara Setora,
Já vi sim, e algumas são perfeitamente absurdas - pergunto-me qual é o objectivo de quem as faz (dado que não são oriundas da 5 de Outubro). Simplificar ou, como se escreve por aí, "mostrar que esta avaliação não funciona, destruindo o processo por dentro"?
Não estamos sempre a dizer aos alunos que aprender é dificil e ocupa tempo? É o que eu digo aos meus colegas. O tempo podia ser melhor aproveitado? Claro, se as pessoas não perderem horas eu reuniões intermínáveis para resolver coisas que se resolvem em meia-hora. E se perdessem menos tempo em pensar em formas de boicotar o processo, também.
E se a cara setora sempre reflectiu sobre o seu trabalho, qual é a dificuldade de verter essa reflexão para grelhas? Que eu saiba, a informação precisa de ser objectivada para ser avaliada.
Resposta ao "Jorge". Desculpe mas o colega é parco de inteligência, ou é daqueles que nos blogues dos "grandes líderes", quando aparece uma voz discordante, é perguntado logo pelos apaniguados: se é professor que decreto é o 3/2008, ou coisa semelhante?
Mas espalhar as ideias do Sócrates em quê? Ou o direito da divergência professoral só é devido aos anti-socretinos? Eu não sou arrependido do PS como muitos, imensos docente, nunca votei PS o que estou é farto , saturado, desta guerra que ultrapassou a minha classe e está a ser aproveitada por toda a gente, seja partidos políticos, seja "blogueiros oportunistas", seja comunicação social ávida de sangue. Já agora, uma questão..Vº Excª estará formatado por S. Jerónimo ( não o dos leões), ou pelo Santo Louçã, a nova coqueluche das minhas colegas? Já começou a corrida de muitas às relíquias dos ditos santos e até se preparam para lhe darem a dizima em 2009! A classe docente docente nunca vai ao fundo da questão, gosta é que lhe passem amavelmente a "mão pelo pelo", mesmo que esconda faca!Eleitorado flutuante, de tanta água que vai metendo, até ao afundamento total, que será infelizmente a vitória de maioria absoluta daqueles que tanto denodadamente combatem, confundindo tudo-pessoas e política educativa, inteligência na luta com falta de nível intelectual confrangedor, solidariedade com "arrebanhamento"! Tanta impreparação e ingenuidade política de muitos colegas professores!
O resto: a proposta apresentada pela Plataforma Sindical de ADD é uma perfeita vergonha para a Classe, a máscara que cai nos interesses do não haver nenhuma avaliação e de manter este clima de guerrilha a soldo sabemos de quêm.
Quando o "líder dos líderes" recusou uma comissão independente para negociar uma avaliação de desempenho credível,e se calhar até uma melhoria do estatuto e regulação das cotas, percebeu-se o que queria a FENPROF e o MN. Parte conseguida: não será Secretário Geral da CGTP, mas lugar assegurado no PE, lá isso terá! Curioso é que até pode ser colega da querida Ministra.
Assim ...Farto e livre naquilo que acho que deve ser a luta docente: A borrifar-me para o ME e a sua falta de inteligência e sensibilidade em todo este processo, mas farto até à medula das Plataformas, dos que pedem para a APEDE, dos que se querem promover na PROMOVA, dos MUP, e de todos os MN,RM,PG Ma...não sei quê queiro", e outros que tais.
Chatice haver ainda muitos professores que pensam pela sua cabeça, Sôr Jorge, e não embandeirarem em histerismos, em fogachos de luta de adolescentes retardados!
Caro Quem tem Medo da avaliação, concordo consigo no anonimato e em muito que escreve. O que diz das reuniões e da barbaridade do yempo e da inanidade de muitos assuntos aí tratados, bem como dos comentários, dos arrebiques, das conversas cruzadas sem nexo e infantilizadas de muitos docentes (bastante mais colegas, lamento dizê-lo, apesar de virem já aí damas despeitadas), tiram paciência, tempo e, sobretudo, lucidez para tornar qualquer reunião profícua.
Os meus sinceros parabéns pela criação deste espaço. Deixo um desejo: espero que as suas caixas de comentários sirvam para o debate de ideias e não para pessoas que começam por considerá-lo um ser "parco de inteligência", em vez de discutir os pontos de vista que aqui apresenta. Se isto não se verificar, coragem. De qualquer modo, penso que os professores só têm a ganhar com este espaço.
Caro Anónimo das 16.18...claramnente não percebeu, ou entendeu mal.
Caro "Jorge" e não para o moderador deste espaço! Foi para um cavalheiro "Jorge" que veio aqui dizer que este espaço era do São Sócrates e que tinhamos a cabeça formatada e outras parvoíces afins!
Declaração de interesses: não sou professor.
Quanto à proposta feita: a cotação dos professores está em alta. Só falta a machadada final. E sugiro que isso - incumprimento da lei - se ensine aos alunos. Depois é só chamar a polícia.
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